sábado, 19 de outubro de 2013

Onde anda você - lembrando Vinicius


“Nasço amanhã, ando onde há espaço, meu tempo é quando”.

Foi poetinha, foi Vesúvio, foi Vinô, foi tantas possibilidades de ser numa paixão pela vida, pelo sonho, pela beleza, pela sedução, na combinação entre o popular e o erudito, quando a cidade e o morro se juntaram para embalar as praias do Rio. Nasceu na Gávea, justamente há cem anos, numa rua que habitou por algum tempo e que ele próprio considerava como um caminho longo que foge.

Estudou Direito, publicou poemas desde muito jovem, cantarolou palavras ainda mais cedo e teve as mais diversas profissões. Foi jornalista, crítico de cinema, escritor, poeta, diplomata. Percorreu o mundo, conviveu com figuras tão distantes como Orson Wells, Pablo Neruda, Carmen Miranda ou Louis Armstrong. Ligou-se ao movimento da Bossa Nova, ao movimento afro-samba e escreveu sobre o amor frases e melodias fantásticas.

Cultivava a generosidade e o conhecimento do outro, na busca pela vivência dos momentos únicos, capazes de nos redimir sobre a efemeridade do tempo. Vivia no limbo entre o excesso e a recuperação e compreendeu a absoluta necessidade de vivermos e nos transformarmos, entre a beleza e a solidão do mundo que tantas vezes nos invade. Chama-se Vinicius de Morais e há séculos que lhe sentimos a sua falta.

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