segunda-feira, 28 de abril de 2014

Livro da semana - Guardiões do ser

Título: Guardiões do Ser
Autor: EcKhart Tolle
Edição: 1ª
Páginas: 114
Editor: Pergaminho
ISBN: 
 978-972-711-939-4
CDU: 82-93
Sinopse: É um livro que nos dá um olhar motivador sobre o que nos rodeia e como à nossa volta encontramos elementos que nos podem inspirar e reconfortar no quotidiano. Parece um livro de banda desenhada, pois é feita de páginas ilustradas, mas não o é. Que papel pode a natureza, os animais, as árvores desempenhar na vida das pessoas? Olhar e ver, reparar no natural como elementos que transitem tranquilidade à vida das pessoas são os aspectos essenciais de um livro que procura ser uma referência sobre a importância de olharmos e sentirmos o que nos rodeia. É só aparentemente um livro para crianças.

"A verdadeira felicidade encontra-se nas coisas simples e aparentemente banais. Mas para estar consciente das coisas pequenas e tranquilas, é preciso estarmos tranquilos no nosso interior. É preciso um nível elevado de atenção. Esteja tranquilo. Observe. Escute. Esteja presente". (Guardiões do Serde EcKhart Tollepágs. 12-14)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dia Mundial do Livro


Hoje decorre mais um aniversário do Dia Mundial do LIvro. Celebra-se esta data desde 1996. Com esta iniciativa a Unesco procura chamar a atenção da comunidade de pessoas e nações para o património cultural e histórico que representam as obras deixadas por sucessivas gerações de escritores, poetas, historiadores ou romancistas. O direito de autor é um reconhecimento que é feito pela Declaração Universal dos Direitos do Homem. 

A ideia de celebrar o livro como objecto no dia-a-dia nasceu na Catalunha, onde se oferecia uma flor a quem comprasse um livro. Nesta data coincidem o nascimento ou morte de grandes figuras da história cultural do homem, como Cervantes ou William Shakespeare. As iniciativas são múltiplas para relembrar a importância do livro como património e como objecto de uma memória colectiva que pertence a toda a Humanidade. Em Portugal decorrerão hoje algumas iniciativas em diferentes cidades. 

Em Lisboa e no Porto, associações culturais e entidades públicas promovem em espaços diversos este contacto com o livro a diferentes leitores. Neste dia deixamos aqui o link para um recurso espantoso, A Biblioteca Digital Mundial da Unesco. Dividida em nove áreas geográficas tem um fundo documental extraordinário ao nível do manuscrito, da cartografia ou a fotografia. É um projecto dirigido pelo Director da Biblioteca do Congresso Americano, pode ser acedido, a partir do link abaixo:

terça-feira, 22 de abril de 2014

Celebrar o Dia mundial da Terra


(É um texto muito conhecido e divulgado e faz eco de uma sabedoria selvagem, a que nós civilizados não conhecemos. Há já vários séculos houve quem soube compreender que a Terra é um berço de vida, onde é necessário respeitar a memória e o património, sinónimos de um desenvolvimento humano equilibrado. Aqui fica um excerto dessa sabedoria que nós, modernos, não sabemos entender.)

«É possível comprar ou vender o céu e o calor da terra? Tal ideia é estranha para nós. Se não possuímos a frescura do ar e o brilho da água, como podem comprá-los? Cada pedaço desta terra é sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada areia da praia, cada bruma nas densas florestas, cada clareira e cada insecto a zumbir são sagrados na memória do meu povo. (...)
 
Deste modo, quando o Grande Chefe manda dizer que quer comprar a nossa terra, ele pede muito de nós. (...) Assim, consideraremos sua oferta de comprar a nossa terra. Mas não será fácil, pois esta terra é sagrada para nós. Esta água brilhante, que corre nos riachos e rios, não é somente água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada e devem ensinar às vossas crianças que ela é sagrada, e que cada reflexo do espírito, na cristalina água dos lagos, revela acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais.
 
Os rios são nossos irmãos, eles saciam a nossa sede. Os rios transportam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos a nossa terra, vocês devem lembrar-se e ensinar às vossas crianças que os rios são nossos irmãos, e vossos também, e que devem, daqui em diante, dar aos rios a bondade que dariam a qualquer irmão. (...) A terra [para o homem braco] não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, continua simplesmente seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus pais. E não se importa. Rouba a terra de seus filhos. E não se importa. As sepulturas de seus pais e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, sua terra, seu irmão, como coisas para serem compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou contas coloridas. Seu apetite devorará a terra e deixará somente um deserto.
 
Não há lugar calmo nas cidades do homem branco. Nenhum lugar para escutar o desabrochar das folhas na primavera ou o bater das asas de um insecto. Mas talvez seja porque sou um selvagem e não compreenda. O ruído parece apenas insultar os ouvidos. E o que resta da vida, se o homem não pode escutar o choro solitário de um pássaro? (...) Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. (...) É o fim da vida e o começo de uma sub-vida. (...) 
Guardem, na memória das suas almas, como era esta terra quando vocês se apossaram dela. E com todas as vossas forças, com todas as vossas almas, com todos os vossos corações, preservem esta terra para as vossas crianças, e a amem como Deus ama a todos, uma coisa nós sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é preciosa para ele. Mesmo o homem branco não pode estar isento do destino comum. Apesar de tudo, podemos ser irmãos. Veremos.»
 
 
Excerto do Chefe Seattle (1885), in Por Fim Talvez Sejamos Irmaõs
 
Imagem, ALessandra Fuis, LA Terra, Casa

in, http://alessandrafusi.carbonmade.com/

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Páscoa

Uma feliz Páscoa a todos.

Actividade de leitura - Livraria Barata - 2ºA

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Memória de Salgueiro Maia

Aquele que na hora da vitória
Respeitou o vencido

Aquele que deu tudo e não pediu paga

Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite

Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício

Aquele que foi "fiel à palavra dada à ideia tida"
Como antes dele mas também por ele
Pessoa disse.

Sophia, Antologia Poética III 


Nos vinte e dois anos do desaparecimento físico de um homem que é um exemplo tão raro da dignidade de carácter, do valor do bem comum, da nobreza do ser na História Portuguesa Contemporânea. A breves dias do 25 de Abril, importa realçar o seu exemplo, a sua individualidade, o seu espírito por uma sociedade mais justa, acima de uma rotina que nem sempre alcança o essencial. Alguém que sabia que «revolução» é essa luta por «um dia inicial e limpo» onde se constrói o próprio tempo, como o expressou Sophia. Neste dia de gestos repetidos, de imagens em que o passado parece ser ainda um crédito para um presente por construir, recordemos a coragem do Ser de um homem muito especial.

Ler em todoo lado

Cartaz da actividade dinamizada pela professora do 2º A, da EB1 Fernando Pessoa, na dinamização de momentos de leitura com os seus alunos. Foram lidos excertos de Fala Bicho de Violeta Figueiredo e um conjunto variado de poemas.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Dia Internacional do Livro Infantil

Na data do nascimento do escritor Hans Christian Andersen foi escolhido para celebrar o livro infantil, ficando como o Dia Internacional do Livro Infantil. Nesta data procura-se chamar a atenção para aimportância da leitura na infância. Em cada ano é escolhido um escritor paar escrever uma mensagem que fale sobre este tema e motive as crianças para a leitura como um hábito que importa desenvolver. Em 2014, a mensagem é da autora, editora e tradutora irlandesa Siobhán Parkinson. Aqui fica o seu texto.

Carta às Crianças de Todo o Mundo

Os leitores perguntam muitas vezes aos escritores como é que escrevem as suas histórias - de onde vêm as ideias? Da minha imaginação, responde o escritor. Ah, sim, dizem os leitores. Mas onde fica a imaginação, de que é que ela é feita, e será que temos uma?

Bem, diz o escritor, fica na minha cabeça, claro, e é feita de imagens e palavras e vestígios de outras histórias e palavras e fragmentos de coisas e melodias e pensamentos e rostos e monstros e formas e palavras e ondas e arabescos e paisagens e palavras e perfumes e sentimentos e cores e ritmos e pequenos cliques e flashes e sabores e explosões de energia e enigmas e brisas e palavras. E fica tudo a girar lá dentro e a cantar e a parecer um caleidoscópio e a flutuar e a pousar e a pensar e a arranhar a cabeça.

Claro que todos temos uma imaginação: se assim não fosse, não seríamos capazes de sonhar. Contudo, nem todas as imaginações são feitas das mesmas coisas. A imaginação dos cozinheiros tem sobretudo paladares, e a dos artistas mais cores e formas. Mas a imaginação dos escritores está cheia de palavras.

E nos leitores e ouvintes das histórias, as imaginações fazem-se com palavras também. A imaginação do escritor trabalha e gira e molda ideias e sons e vozes e personagens e acontecimentos numa história, e a história é apenas feita de palavras, batalhões de rabiscos que marcham ao longo das páginas. E depois chega o leitor e os rabiscos ganham vida. Ficam na página, parecem ainda rabiscos, mas também brincam com a imaginação do leitor, e o leitor começa igualmente a desenhar e a rodar as palavras de modo a que a história se crie agora na sua cabeça, tal como tinha acontecido na cabeça do escritor.

É por isso que o leitor é tão importante para a história como o escritor. Há apenas um escritor para cada história, mas há centenas ou milhares ou mesmo milhões de leitors, na própria língua do escritor ou traduzida para muitas línguas. Sem o escritor, a história nunca terá nascido; mas sem os milhares de leitores em todo o mundo, a história não viveria todas as vidas que pode viver.

Cada leitor de uma história tem alguma coisa em comum com os outros leitores da mesma história. Separadamente, mas também em conjunto, eles recriam a história do escritor com a sua própria imaginação: um ato ao mesmo tempo privado e público, individual e coletiva, íntimo e internacional. Isto deve ser aquilo que o ser humano faz melhor.

Continue a ler!

 Texto acedido a partir do Blogue, A Maleta da Marieta

terça-feira, 1 de abril de 2014

Abril

 
Celebra-se o vinte e cinco
de Abril de setenta e quatro,
pois Abril é revolução
no ar, sim, como no chão,
onde alguém desenha a giz
a silhueta futura
de Portugal, um país
que, tantos fogos passados,
certa manhã renasceu
das cinzas da ditadura.

Abril é também promessa
de tesouros no Estio,

que está longe  (ainda é frio).
águas mil por certo vêm,
mas outros dias já trazem
uma luz azul também.

E este Abril é ainda
o mês em que os livros voam
da mil da mão para a rua,
da tua p'rá minha mão,
e das mãos voam p'ròs olhos
e dos olhos para a mente
e daí p'ró coração.



João Pedro Mésseder, "Abril", in O Livro dos Meses 

Imagem, Flor de Primavera, Jettie Rosenboon