sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Ler é uma festa - Semana da Leitura 2014


O sistema solar - Júpiter

Júpiter é o maior planeta do sistema solar. É o quinto planeta mais próximo do Sol. É um dos planetas gasosos, o que quer dizer que a sua composição principal não é a matéria sólida. A temperatura média de Júpiter é de - 108 graus centígrados. O tempo de rotação à volta do sol é de nove horas e cinquenta e quatro minutos. Júpiter tem sessenta e três luas  e um diâmetro de 142.984 Km.

EB1 Bairro de São Miguel - Profª Margarida Carvalho - 3ºA 
- Ana Margarida - Marta - Maria - Catarina -

Literacia de Informação

Com algumas turmas do 3º ano, da Escola Básica do Bairro de São Miguel desenvolveram-se algumas actividades de literacia de informação, dando a conhecer uma metodologia na pesquisa e organização da informação - o modelo Big 6. Em posts seguintes publicaremos o resultado de algumas dessas iniciativas e mais tarde a sua aplicação ao digital, com o mapa de ideias Popplet.

O Sorriso

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A rosa e o mar

A Rosa e o Mar
  
 Eu gostaria ainda de falar
da rosa brava e do mar.
A rosa é tão delicada,
o mar tão impetuoso,
que não sei como os juntar
e convidar para um chá
na casa breve do poema.
O melhor é não falar:
sorrir-lhes só da janela.
 Eugénio de Andrade, Aquela nuvem e as outras
(via http://saldalingua.wordpress.com) 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O caderno do avô Heinrich

" É possível acordar todas as manhãs e começar de novo. Como se a vida nos desse a possibilidade, em cada aurora, de a reinventar e de a transformar. Acho que foi sempre isso que eu tentei fazer. Houve muitos dias em que o consegui e outros em que me deixei apenas arrastar ao longo das horas, à espera de um novo amanhecer. Nesses dias, sempre soube que um livro é o melhor refúgio, como um colo quente ou um chocolate acabado de fazer. Ou um aroma  do pão a sair do forno. E que, dentro de um livro, encontraremos sempre liberdade". 

Conceição Dinis Tomé, O caderno do avô Heinrich, pág. 53.
(Um livro para jovens, sobre esse mal absoluto do espírito, que tão dificilmente explicamos, o nazismo).

Mozart nas suas palavras

Há duzentos e cinquenta e oito anos nascia em Salzburgo um menino que se tornaria um génio da música. Expoente de uma expressão cultural, foi muito mais do que isso. Representou uma ruptura no caminho difícil de permitir ao Homem construir o seu conhecimento do Mundo. Incompreendido, lutou sempre usando a liberdade e a convicção. Deixamos aqui uma sugestão de leitura que nos revela a sua grande dimensão de ser humano, as cartas que escreveu à sua família. Nelas se percebem os valores essenciais que a sua música sempre exprimiu com simplicidade.

Livro da semana - O Principezinho

«Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos

Título: O Principezinho
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Edição: 32ª
Páginas: 93
Editor: Editorial Presença
ISBN: 978-972-23-2829-6
CDU: 82-93

Sinopse: É um livro imortal pelo que nos dá de ler o essencial do que podemos ser. A história de um principezinho que de um asteróide visita a Terra e encontra um amigo.b as experiências, os objectos, os quotidianos na descoberta do que mais importante podemos ousar construir. Com ilustrações de Antoine de Saint-Exupéry é uma descoberta que desde a sua publicação inicial em 1943, nos transmite valores tão essenciais para dias onde o coração e o que é justo está ausente do essencial dos dias.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Livro da semana - O meu primeiro Miguel Torga

Título: O meu primeiro Miguel Torga
Autor: João Pedro Mésseder
Edição: 1ª
Páginas: ...
Editor: D. Quixote
ISBN: ...
CDU: 82-93


«Comiam todos o caldo, recolhidos e calados, quando o menino disse:
  - Sei um ninho!
 A mãe levantou para ele os olhos negros, a interrogar. O Pai, esse, perdido no alheamento costumado, nem ouviu. Mas o pequeno, ou para responder à Mãe, ou para acordar o Pai, repetiu:
  - Sei um ninho!
  O velho ergueu finalmente as pálpebras pesadas,e ficou atento, também.
 A criança, então, um tudo-nada excitada, contou. Contou que à tarde, na altura em que regressava a casa com a ovelha, vira sair um pitassilgo de dentro dum grande cedro. E tanto olhara, tanto afiara os olhos para a espessura da rama, que descobrira o manhuço negro, lá no alto, numa galha.
 A Mãe bebia as palavras do filho, a beijá-lo todo com a luz da alma. O Pai regressou ao caldo.
 Mas o menino continuou. Disse que então prendera a cordeira a uma giesta e trepara pela árvore acima.
 De novo o Pai levantou as pálpebras cansadas, e ficou tal e qual a Mãe, inquieto, com a respiração suspensa, a ouvir."
João Pedro Mésseder, O Meu Primeiro Miguel Torga, Dom Quixote
Imagens, in http://www.inesoliveira.net

domingo, 19 de janeiro de 2014

No nascimento de Eugénio

Também o deserto vem
do mar. Não sei em que navio,
mas foi desses lugares
que chegaram ao meu jardim
as palmeiras.
Com om sol das areias
em cada folha
na coroa o sopro
ainda húmido das estrelas

Eugénio de Andrade, "Também o Deserto", in Antologia Poética
Imagem, Mikko Lagerstedt. Quite Morning, in http://www.1x.com

(Nos noventa e um anos do nascimento de Eugénio, um dos poetas da palavra e da emoção de as fazer renascer em inquietas «ilhas de fraterna ternura», como o salientou António Lobo Antunes).

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Miguel Torga

«Liberdade. Passei a vida a cantá-la, mas sempre com a identidade no pensamento, ciente de que é ela o supremo bem do homem. Nunca podemos ser plenamente livres, mas podemos em todas as circunstâncias ser inteiramente idênticos. Só que, se o preço da liberdade é pesado, o da identidade dobra. A primeira, pode nos ser outorgada até por decreto; a outra, é sempre da nossa inteira responsabilidade.»
Um dos escritores do mês na Biblioteca é mais que um autor. É uma paisagem humana de uma raridade e de uma frontalidade de carater só quase vivida pela geografia mais sublime. Mais que um homem, foi uma criação de um património, a respiração do vento mais puro, no alto das fragas.
 
Miguel Torga representa na dimensão humana o carácter duro, mas solidário, frontal, mas apaixonado por uma consciência de valores imutáveis. A sua escrita apresenta o encanto silvestre e a originalidade humana desse reino único, muito especial, aquele deu o nome de maravilhoso. A sua obra e a sua figura são a morada desse tempo quase eterno onde a montanha faz nascer a liberdade e a beleza. A ele voltaremos para divulgarmos uma obra única que nos faz compreender como somos herdeiros de um território e de uma identidade.
 Miguel Torga, Diário XVI
Imagem, Entre as serranias de Montesinho

Memória de Torga

«(...) É muito tarde para as lentas
narrativas do coração.
o vento continua
a tarefa das folhas:
cobre o chão de esquecimento.
Eu sei: tu querias durar.
Pelo menos durar tanto como o tronco
da oliveira que teu avô
tinha no quintal. Paciência,
querido, também Mozart morreu.
Só a morte é imortal» 
 
 Eugénio de Andrade, «Nao Sei», in saldalingua.worpress.com
Imagem, entre as serranias do parque natural de Montesinho

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Eugénio - autoretrato

“Sou filho de camponeses, passei a infância numa daquelas aldeias da Beira Baixa que prolongam o Alentejo e, desde pequeno, de abundante só conheci o sol e a água. Nesse tempo, que só não foi de pobreza por estar cheio de amor vigilante e sem fadiga da minha mãe, aprendi que poucas coisas há absolutamente necessárias. São essas coisas que os meus versos amam e exaltam.
A terra e a água, a luz e o vento consubstanciaram-se para dar corpo a todo o amor de que a minha poesia é capaz.

As minhas raízes mergulham desde a infância no mundo mais elementar. Guardo desse tempo o gosto por uma arquitetura extremamente clara e despida, que os meus poemas tanto se têm empenhado em refletir; o amor pela brancura da cal, a que se mistura invariavelmente, no meu espírito, o canto duro das cigarras; uma preferência pela linguagem falada, quase reduzida às palavras nuas e limpas de um cerimonial arcaico - o da comunicação das necessidades primeiras do corpo e da alma.

Dessa infância trouxe também o desprezo pelo luxo, que nas suas múltiplas formas é sempre uma degradação; a plenitude dos instantes em que o ser mergulha inteiro nas suas águas, talvez porque então o mundo não estava dividido, a luz, cindida, o bem e o mal compartimentados; e ainda uma repugnância por todos os dualismos, tão do gosto da cultura ocidental, sobretudo por aqueles que conduzem à mineralização do desejo num coração de homem. A pureza, de que tanto se tem falado a propósito da minha poesia, é simplesmente paixão, paixão pelas coisas da terra, na sua forma mais ardente e ainda não consumada".

[Eugénio de Andrade, uma biografia por si construída]
Eugénio de Andrade, Prosa, Modo de Ler, 2011

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

As palavras de Torga

«Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.

De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado, vai colhendo
ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.»
 
 (1) Miguel Torga, Sísifo, in Miguel Torga Diário XIII
Imagens, Do reino maravilhoso -(Montouto-Vinhais)

 

As palavra de Eugénio


Escuta, escuta: tenho ainda
 uma coisa a dizer.
Não é importante, eu sei, não vai
salvar o mundo, não mudará
a vida de ninguém - mas quem
é hoje capaz de salvar o mundo
ou apenas mudar o sentido
da vida de alguém?
Escuta-me, não te demoro.
É coisa pouca, como a chuvinha
que vem vindo devagar.
São três, quatro palavras, pouco
mais. Palavras que te quero confiar,
para que não se extinga o seu lume,
o seu lume breve.
Palavras que muito amei,
que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.

Eugénio de Andrade, in «O Sal da Língua», Fundação Eugénio de Andrade

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Livro da semana - Lusco-Fusco

Título: Lusco-Fusco Autor: Cristina Carvalho
Edição: 1ª
Páginas:144
Editor:Sextante
ISBN:978-972-0-0744-6
CDU: 82-93

Sinopse:
    "Conheci gente que nunca pensei conhecer.
     Conheci os males da Terra, sítio onde me propus viver.
     Voei no ar, mergyulhei no mar, desequilibrei-me na terra, fervi no vulcão.
Fiz uma longa viagem.


Hoje de madrugada, ainda o dia era apenas uma pálida luz acinzentada, ainda esta terra não tinha começado a vibrar, Rocka levantou um voo rápido, subiu aos céus e desapareceu no meio de algumas estrelas ainda visíveis.    
   Realmente, já não a vejo há uns milhões de anos mas ela prometeu voltar. Eu sei que volta.
Espero encontrá-la quando estiver para adormecer, quando estiver deitado na minha velha cama, neste meu quartinho que tem a tal claraboia por onde eu posso avistar o firmamento e sonhar.
   Que era como eu fazia quando era pequenino". 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

As sombras breves

"Somos folhas breves onde dormem
aves de sombra e solidão.
Somos só folhas e o seu rumor.
Inseguros, incapazes de ser flor,
até a brisa nos perturba e faz tremer.
Por isso a cada gesto que fazemos
Cada ave se transforma noutro ser".

  Eugénio de Andrade, "Somos folhas breves onde dormem", in As Mãos e os Frutos
Imagem, Beatriz Martin Vidal, Bird children

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Escritor do Mês (2) - Miguel Torga

É o segundo escritor do mês. é uma das mais importantes figuras do século XX. Deu-nos na humanidade o mais intemporal da geografia, no silêncio das folhas contra o suspiro do vento nos vales. Nesse espaço, onde os homens habitaram o coração de um território, afirmando uma língua, uma identidade. Com ele, o granito, o planalto, o rio, a fraga encontrou uma humanidade mais próxima de nós. Nestes tempos em que quem "governa" o País pensa ser possível dispensar o território, a memória e as pessoas, voltar a Torga será sempre recuperar uma voz maravilhada pelo valor imenso da terra e do solo, como forma de cultura.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Escritor do mês (1) - Eugénio de Andrade

É um dos escritores do mês nas Bibliotecas do Agrupamento. Eugénio é um dos grandes poetas de língua portuguesa, ultrapassando este tempo geográfico para integrar o seu olhar na humanidade, nos gestos mais ousados com que tentamos escrever o real. Nele a linguagem, a precisão das palavras, a melodia dos sons, a relação com a natureza e a integração dos elementos mais simbólicos (terra, água, luz e vento) estão presentes de uma forma muito precisa. A sua poesia nasce desta combustão dos elementos, procurando a simplicidade da respiração, tentando a pureza que é tão só essa ligação aos elementos.

Livro da semana - As fábulas de Leonardo

Título: Fábulas Autor: Leonardo Da Vinci 
Edição: 1ª
Páginas:97
Editor:Prefácio
ISBN: 989-8022-14-0
CDU: 82-93

"Uma folha de papel que estava em cima de uma escrivaninha juntamente com outras iguais a ela, um belo dia apareceu toda manchada de sinais. Uma pena, molhada numa tinta muito negra, escrevera na folha de papel uma quantidade enorme de palavras.
- Não podias ter-me poupado esta humilhação? - Disse, aborrecida, a folha de papel à tinta - Sujaste-me toda, estragaste-me para sempre.
- Espera - respondeu a tinta - Eu não te sujei, eu cobri-te de palavras. A partir de agora já não és uma folha de papel. És uma mensagem. Porque guardas o pensamento humano tornaste-te um instrumento precioso. 
De facto, pouco depois alguém veio arrumar a escrivaninha e vendo aquelas folhas espalhadas juntou-as e preparou-se para as atirar ao lume. Mas logo reparou na folha "suja" de tinta e, então separou-a das outras e pôs no seu lugar, bem visível, a mensagem da palavra".

in, "A Folha de papel e a tinta"

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Os Reis Magos

Algumas ilustrações sobre o Dia de Reis, ainda com a tradição do Natal por estes dias de início de Janeiro.
Ilustração de Loly and Bernardilla
 Ilustração de Jo Parry
Ilustração de Natascia Ugliano

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Janeiro

Janeiro é um mês, quase inteiro,
de frio, chuva, nevoeiro.
Mas há um sol em Janeiro,
um sol discreto e fagueiro,
em raras manhãs de azul,
que sorri por entre o frio
e acende um pequeno braseiro
no coração mais sombrio.   

João Pedro Mésseder, O livro dos meses 
Imagem, in http://www.jungeunpark.com/main.html

Novo Ano

No início de mais um ano os desejos de reinventar em cada dia com cores brilhantes e criadoras de novos significados.