segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A Noite de Natal


Vídeo construído a partir das experiências com a leitura do conto, A Noite de Natal, de Sophia. Experiência feita com os alunos do 3ºA - EB1 Bairro de São Miguel. Página do Youtube que é um canal da Biblioteca onde as diferentes experiências dos alunos foram agregadas, para melhor consulta.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Leituras...(Capítulo 3 - A estrela) - A Noite de Natal

                                                                                          Caetana Rodrigues
                                                                                                           Ana Faias
                                                     Martim Ramalhão
EB1 Bairro de São Miguel - 3ºA

Natal... e não Dezembro


Entremos, apressados, friorentos,
num gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio,
no prédio que amanhã for demolido...

Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...

Entremos, despojados, mas entremos.
Das mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.



David Mourão-Ferreira, "Natal, e não Dezembro", in Cancioneiro de Natal
Ilustração  - Magical Night by Galla Yegorenkova

sábado, 21 de dezembro de 2013

Leituras...(Capítulo 2 - A festa) - A Noite de Natal

                                   Caetana Rodrigues
                                         Diogo Pereira
                               Guilherme Tamagnini

EB1 Bairro de São Miguel - 3ºA

O início do Inverno

O solstício de Inverno é um fenómeno conhecido há muitos séculos por diferentes civilizações. Sabemos hoje que ele representa na órbitra da Terra, um dos momentos em que na sua órbita, um dos seus pólos se encontra mais afastado do Sol. Desde tempos antigos que se celebra a sua ocorrência.

É mesmo a mais antiga celebração colectiva de um ritual, em que o homem procura interpretar o universo. Conhecido como o nascimento do sol indicava aos homens de diferentes culturas que se iniciava um novo ciclo de tempo. Notavam que a duração do dia e da noite se alteravam progressivamente até à chegada da Primavera, verificando-se que a altura do sol no horizonte era menor.

  Relacionando o Sol com a luz que dele vinha, aquele era a representação da divindade e da própria vida. As cerimónias comemoradas de modo diverso em diferentes civilizações exaltavam a alegria, o nascimento, onde os elementos florais, as frutas  e as danças eram pontos comuns. Em todos os continentes, dos egípcios, aos maias, aos povos da Europa e da Ásia existem manifestações desta celebração do Inverno.

  A comemoração do solstício de Inverno perdeu o seu significado cultural durante a civilização romana. Apesar de ter integrado alguns destes ritos, no século IV, a festa do Sol foi substituída pela comemoração do nascimento de Jesus Cristo, o mensageiro de uma nova fé, o Cristianismo. Tornando-se a religião oficial do Império, o Cristianismo substituiu estes rituais e o Natal é de facto, como festa cristã a celebração do nascimento de Jesus Cristo numa data onde se comemorava um novo ciclo de tempo, o solstício de Inverno.
   Hoje, dia vinte e um de Dezembro, perto do meio-dia, iniciou-se esta nova estação, marcada pelo solstício.

                       Imagem, in universoinimaginavel.blogspot.com

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A estrela

 «Todos os anos, pelo Natal, eu ia a Belém. A viagem começava em Dezembro, no princípio das férias. Primeiro pela colheita do musgo, nos recantos mais húmidos do jardim. Cortava-se como um bolo, era bom sentir as grandes fatias despegarem-se da areia, dos muros ou dos troncos das árvores velhas, principalmente da ameixieia. Enchia-se a canastra devagar, enquanto a avó ia montando o que se chamaria hoje as estruturas, ou mesmo infra-estruturas, junto da parede da sala de jantar que dava para o jardim. 

   Eram caixotes, caixas de chapéus e de sapatos viradas do avesso, tábuas, que pouco a pouco ela ia cobrindo de musgo, ao mesmo tempo que fazia carreiros e caminhos com areia e areão. Mais tarde os rios e os lagos, com bocados de espelhos antigos, de vidros ou mesmo de travessas cheias de água. Até que todos os caixotes, caixas e tábuas desapareciam. Ficavam montanhas, planícies, rios, lagos. Era um anova criação do mundo. Aqui e ali uma casinha ou um pastor com suas cabras. E todos os caminhos iam para Belém.

   Não era como o presépio da Igreja que estava sempre todo pronto, mesmo antes de o Menino nascer. A cabana, a vaca, o burro, os três reis do Oriente. Maria, José, Jesus deitado nas palhinhas. Via-se logo que era a fingir. Não o da avó, que era mais do que um presépio, era uma peregrinação, uma jornada mágica ou, se quiserem, um milagre. Nós estávamos ali e não estávamos ali. De repente era a Judeia (...)».

 Manuel Alegre, «A Estrela», in Revista Invista Nº6, Dezembro de 2000
Imagem, in Lisa Evans, Estrelas

Carlos Pinto Coelho - a memória das palavras

Há três anos (feitos no passado dia quinze) que já não lhe ouvimos o entusiasmo da voz. Num país de paróquias ele foi um elemento de alargamento de um provincianismo que se mantém fechado ao mundo, à mudança, às possibilidades de transformação. Ele foi um renovador na comunicação, na curiosidade e no entusiasmo com que nos dava a conhecer o mundo dos que se dedicavam a pensar e a criar.

Foi um jornalista, onde revelou um imenso humanismo quando falava dos outros, dos livros, das ideias, da arte, da cultura. Teve um programa que deu aos portugueses o contacto com esse mundo que parece cada vez mais raro e distante. Falava dos criadores com paixão, com fascínio pela palavra, pelo traço, pela cor redescoberta.

A sua importância, relativa a uma ideia de grande valor, o programa Acontece faz-nos reflectir como a evolução do País é uma tragédia, é uma incapacidade de projectar ideias, de criar soluções. Sem cultura não existe massa crítica, não existe qualquer fermento para enquadrar uma organização social que é cada vez mais um apêndice de um poder político que e vê a si próprio como o grande inspirador do pensamento dos outros. 

A distância que nos separa de um País é muito esta. A desvinculação às ideias. No dia em que nos lembramos da memória de Carlos Pinto Coelho valia a pena pensar um pouco nisso. É por essa ausência que se tem construído uma aparência do real com figuras "janotas", mas de uma gritante falta de consistência.

Leituras...(Capítulo 1 - O amigo) - A Noite de Natal

                                                                              Miguel Delfim
                                                             Maria Esperto
                                                                  Ana Faias

EB1 do Bairro de São Miguel - 3º A

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A Estrela


"Um dia, à meia-noite, ele viu-a. Era a estrela mais gira do céu, muito viva, e a essa hora passava mesmo por cima da torre. Como é que a não tinham roubado? Ele próprio, Pedro que era miúdo, se a quisesse empalmar, era só deitar-lhe a mão. Na realidade, não sabia bem para quê. Era bonita, no céu preto, gostava de a ter. Talvez depois a pusesse no quarto, talvez a trouxesse ao peito. E daí, se calhar, talvez a viesse a dar à mãe para enfeitar o cabelo. Devia-lhe ficar bem, no cabelo.

De modo que, nessa noite, não aguentou. Meteu-se na cama como todos os dias, a mãe levou a luz, mas ele não dormiu. Foi difícil, porque o sono tinha muita força. Teve mesmo de de sentar na cama, sacudir a cabeça muitas vezes a dizer-lhe que não. E quando calculou que o pai e a mãe já dormiam, abriu a janela devagar e saltou para a rua.

A janela era baixa. Mas mesmo que não fosse. Com sete anos, ele estava treinado a subir às oliveiras quando era o tempo dos ninhos, para er os ovos ou aqueles bichos pelados, bem feios, com o bico enorme, muito aberto. (...) Asssim que se viu na rua, desatou a correr pela aldeia fora até à torre, porque o medo vinha a correr também atrás dele. Mas como ia descalço, ele corria mais. A igreja ficava no cimo da aldeia e a aldeia ficava no cimo de um monte. De modo que era tudo a subir. Mas conseguiu - e agora estava ali. Olhou a estrela para ganhar coragem, ela brilhava, muito quieta, como se estivesse à sua espera. E de repente lembrou-se: se aporta estivesse fechada?

Vergílio Ferreira, A Estrela

A Noite de Natal

Vídeo construído a partir das experiências com a leitura do conto, A Noite de Natal, de Sophia. Experiência feita com os alunos do 3º D - EB1 Bairro de São MIguel.  Página do youtube com as diferentes experiências individuais, construídas a partir das ilustrações feitas pelos alunos.

No nascimento de Erico Veríssimo

«(...) 
Hoje tens tudo quanto sonhavas: posição social, dinheiro, conforto, mas no fundo te sentes ainda bem como aquele Eugénio indeciso e infeliz, meio desarvorado e amargo subindo as escadas do edifício da Faculdade, envergonhado da sua roupa surrada. Continua em ti a sensação de inferioridade (perdoa que te fale assim…), o vazio interior, a falta de objetivos maiores. Começas agora a pensar no passado com uma pontinha de saudade, com um pouquinho de remorso. Tens tido crises de consciência, não é mesmo? Pois ainda passarás horas mais amargas e eu chego até a amar o teu sofrimento, porque dele, estou certa, há-de nascer o novo Eugénio.

Uma noite me disseste que Deus não existe,que em mais de vinte anos de vida não o pudeste encontrar. Crê que nisso se manifesta a magia de Deus. Um Ser que existe mas é invisível para uns, e mal perceptível para outros e de uma nitidez maravilhosa para os que nasceram simples ou para os que adquiriram simplicidade por meio do sofrimento ou da profunda compreensão da vida. (...)
Quero que abras os olhos, Eugénio, que acordes enquanto é tempo. Peço-te que pegues na minha Bíblia, que está na estante de livros, perto do rádio, e leias apenas o Sermão da Montanha. Não te será difícil achar, pois a página está marcada com uma tira de papel. Os homens deviam ler e meditar nesse trecho, principalmente no ponto em que Jesus nos fala dos lírios do campo, que não trabalham nem fiam e no entanto nem Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu com um deles. Está claro que não devemos tomar as parábolas de Cristo ao pé da letra e ficar de papo para o ar, esperando que tudo nos caia do Céu. É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Mas precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do Céu. (...)
Há na Terra um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, para corações corajosos. Não podemos cruzar os braços enquanto os aproveitadores sem escrúpulos engendram os monopólios ambiciosos, as guerras e as intrigas cruéis. Temos de fazer-lhes frente. É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência e sim com as do amor e da persuasão. Considera a vida de Jesus. Ele foi antes de tudo um homem de acção e não um puro contemplativo. Quando falo em conquista, quero dizer a conquista de uma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, do espírito de cooperação. E quando falo em aceitar a vida não me refiro à aceitação resignada e passiva de todas as desigualdades, malvadezas, absurdos e misérias do Mundo. Refiro-me, sim, à aceitação da luta necessária, do sofrimento que essa luta nos trará, das horas amargas a que ela forçosamente nos há-de levar. Precisamos, portanto, de criaturas de boa vontade».
in Erico VeríssimoOlhai os Lírios do Campo
(A memória de um grande escritor, pleno de humanidade, num dos grandes livros do património em língua portuguesa, aqui pela mão e voz de um dos mais importantes escritores brasileiros do século XX).

Leituras...

Quando se viu sozinha no meio da rua teve vontade de voltar para trás. As árvores pareciam enormes e os seus ramos sem folhas enchiam o céu de desenhos iguais a pássaros fantásticos. E a rua parecia viva. Estava tudo deserto. Àquela hora não passava ninguém. Estava toda a gente na missa do Galo.As casas, dentro dos seus jardins, tinham as portas e as janelas fechadas. Não se viam pessoas, só se viam coisas. (...) 
O silêncio era tão forte que parecia cantar. Muito ao longe via-se a massa escura dos pinhais.
"Será possível que eu chegue até lá?" pensou Joana. Mas continuou a caminhar. (...)
"Como é que hei-de encontrar o caminho?", perguntava ela.
E levantou a cabeça.
Então viu que no céu, lentamente, uma estrela caminhava.
"Esta estrela parece um amigo", pensou ela.
E começou a seguir a estrela.



Sophia, A Noite de Natal (Capítulo 2, págs. 13-14)
Ilustração - Catarina Sardinha - Mafalda Fonseca
EB1 do Bairro de São Miguel - 3º D 

Um conto de Natal

Publicado pela primeira vez em 17 de Dezembro de 2013, Christmas Carol assinalava algumas das preocupações sociais de Dickens, que outras obras levariam mais longe. Narrativa construída a partir de uma figura central, Ebenezer Scrooge, um homem de negócios que viva exclusivamente para as suas preocupações financeiras. Dono de um escritório, vemos entre ele e Bob, seu empregado uma oposição entre riqueza - penúria, insensibilidade - felicidade. É no Natal, que por convite de um sobrinho que Scrooge irá ver-se frente ao seu egoísmo e avareza.

Nesta viagem ao passado e à sua infância Scrooge compreenderá os seu distante modo de ver os outros e é justamente nas doze badaladas da meia-noite que ele se pode redimir, aquando da visita dos espíritos do passado, do presente e do futuro. Scrooge acordará no dia seguinte com um espírito renovado do ponto de vista espiritual e social. É um livro excelente para entrarmos na leitura de Dickens e compreendermos acima de uma tradição, de uma celebração a importância de aceitarmos os outros e os podermos ajudar no que depende da nossa acção numa comunidade. 

Ilustrado por John Leech o que lhe deu um vinco marcadamente social, te sido adaptado ao teatro, ao cinema e à televisão, é sem dúvida uma excelente forma de conciliar o livro, o Natal e as preocupações sociais que deveriam existir durante todo o ano.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Leituras...

Passaram muitos dias, passaram muitas semanas até que chegou o Natal.
E no dia de Natal Joana pôs o seu vestido de veludo azul, os seus sapatos de verniz preto e muito bem penteada às sete e meia saiu do quarto e desceu a escada.
Quando chegou ao andar de baixo ouviu vozes na sala grande; eram as pessoas crescidas que estavam lá dentro. Mas Joana sabia que tinham fechado a porta para ela não entrar. Por isso foi à casa de jantar ver se já lá estavam os copos. (...)
Joana nunca tinha visto bem até ao fundo do armário. Não tinha licença de o abrir. Só conseguia que a criada às vezes a deixasse espreitar entre as duas portas. (...)
Joana deu uma volta à roda da mesa. Os copos já lá estavam, tão frios e luminosos que mais pareciam vindos do interior de uma fonte de montanha do que do fundo de um armário.
As velas estavam acesas e a sua luz atravessava o cristal. Em cima da mesa havia coisas maravilhosas e extraordinárias: bolas de vidro, pinhas douradas e aquela planta que tem folhas com picos e bolas encarnadas. Era uma festa. Era o Natal.
Sophia, A Noite de Natal (Capítulo 2, págs. 13-14)
Ilustração - João Picciochi, Francisco Pedro, Inês Louro
EB1 do Bairro de São Miguel - 3º D

Mensagem de Natal


Jesus, presente no nosso Natal
«À nossa volta, desde há muito tempo, somos inundados por inúmeras solicitações para comprarmos presentes. Os melhores. Os mais caros. Os mais... Como se o Natal se reduzisse aos presentes. Presentes caros num País onde a erradicação da pobreza nos havia de mobilizar. Presentes objectivamente inúteis.

De uma inutilidade gritante. Presentes desnecessários. Presentes falsamente tradicionais. Feitos em série. E vindos de países em que a mão-de-obra barata os aproxima de produtos obtidos em regime de escravatura.
Ontem «não havia lugar para eles na hospedaria» (Lucas 2:7). Hoje, num Natal assim, parece que continua a não haver lugar para Ele. E, afinal, o verdadeiro Natal é o de Jesus. Mais. Ele é o verdadeiro presente do nosso Natal.

E, com Jesus presente na nossa vida, podemos viver a nossa vida como presente. na relação com os outros.
Boas festas de Natal! Com Jesus Presente!»

Padre José Manuel, (Revista Lux, Dezembro de 2008)
(1) Imagem, a Natividade, quadro de Josefa de Óbidos

(É um texto já com perto da meia dúzia de anos, mas sendo o Natal bem mais antigo e a nossa incapacidade de ver o essencial ainda mais preocupante, aqui o deixamos, em tempos de esquecimento do óbvio.)

Leituras...

"Era uma vez uma casa pintada de amarelo com um jardim à volta. E Joana tinha muita pena de não saber brincar com os outros meninos. Só sabia estar sozinha.Mas um dia encontrou um amigo. Foi numa manhã de Outubro.Joana estava encarrapitada no muro. E passou pela rua um garoto. estava todo vestido de remendos e os seus olhos brilhavam como duas estrelas. Caminhava devagar pela beira do passeio sorrindo às folhas do Outono. O coração de Joana deu um pulo na garganta.
- Ah! - disse ela. 
E pensou:
"Parece um amigo. É exactamente igual a um amigo."
E do alto do muro chamou-o:
- Bom dia!
O garoto voltou a cabeça, sorriu e respondeu:
- Bom dia!"
Sophia, A Noite de Natal (Capítulo 1, págs. 7-8)
Ilustração - Carlota Ribeiro; Rita Souto, Catarina Sardinha 
EB1 do Bairro de São Miguel - 3º D

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Visita do Gerónimo Stilton

No dia 12 promoveu-se um encontro com os alunos do 4º ano das Escolas EB1 Bairro de São Miguel e Fernando Pessoa. Na EB1 de Santo António o mesmo ocorrerá no próximo dia 16 de Janeiro. Nesta actividade foi apresentada uma das mais recente colecções deste livro muito do agrado de crianças entre 7 e os 9 anos de idade, e foi feita uma venda de livros e assinados pelo Gerónimo em pessoa os livros adquiridos, ou os que os alunos tiveram oportunidade de trazer de casa.
EB1 do Bairro de São Miguel
EB1 Fernando Pessoa

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Humanamente

Despedindo-nos hoje desse homem que nos fez ter orgulho de termos com ele partilhado este tempo. E sobre a aparência de tantos reconhecimentos não vemos ali nenhuma lição capaz de nos tornar realmente naquilo que somos, humanos. Como Einstein de Gandhi não é despropositado reconhecer que "gerações futuras dificilmente acreditarão um homem desta grandeza tenha percorrido esta terra em carne e osso".

A economia de sucesso em que os gurus do saber financeiro nos mergulham como um património conquistado à nossa memória não se equilibra na respiração das pessoas. A econometria jurídica que fundamenta todas as possibilidades, sejam justas ou não, reveladoras de ética ou não são irrelevantes. Nós, os condutores do futuro temos uma saber acumulado na nossa previsão sobre a natureza humana e por isso há contornos de humanidade que são irrelevantes. 

Esquecemos com muita frequência que a verdade de um homem, como o sublinhou Ghandi é tão válida como o interesse de maiorias tantas vezes indefiníveis de valores. Esquecemo-nos que não é de sábios que precisamos, mas de pessoas dialogantes com a sua humanidade, com o que somos. Precisamos lutar para esclarecer o óbvio, o silêncio que mora em cada um, o valor de cada um como pessoa, nessa crença suprema que todo o impossível só o é enquanto não foi concretizado. O valor de Mandela, o valor da memória colectiva é respirar isso todos os dias, como ele demonstrou em toda a sua plenitude. 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Feira do Livro

Encontro na Biblioteca (EB1 São Miguel)


Era uma vez um livro que se dirige a cada um de nós. Um livro que mais que ser lido, quer ser encontrado. Encontrado por cada um de nós! UM livro com personagens como um gato malandro, um cão rafeiro, muitas, pombas e um dinossauro. E ainda encontramos presentes com muito significado, abraços e presentes ao encontro de meninos e meninas, com vestidos e casacos numa viagem onde o imaginário de Pessoa e a ideia do sonho está muito presente. Um livro que nos quer encontrar para nos ensinar a importância da partilha!Um livro escrito e ilustrado por Rita Correia que vale a pena conhecer. Justamente, Um Livro para Ti!

Leituras...


"Era uma vez uma casa pintada de amarelo com um jardim à volta. 
No jardim havia tílias, bétulas, um cedro muito antigo, uma cerejeira e dois plátano. Era debaixo do cedro que Joana brincava. Com musgo e ervas e paus fazia muitas casas pequenas encostadas ao grande tronco escuro. Depois imaginava os anõezinhos que, se existissem, poderiam morar naquelas casas. E fazia uma casa maior e mais complicada para o rei dos anões.
Joana não tinha irmãos e brincava sozinha. Mas de vez em quando vinham brincar os dois primos ou outros meninos. E, às vezes, ela ia a uma festa. Mas esses  meninos a casa de quem ela ia e que vinham a sua casa não eram realmente amigos: eram visitas. Faziam troça das suas casas de musgo e maçavam-se imenso no seu jardim. 
E Joana tinha muita pena de não saber brincar com os outros meninos. Só sabia estar sozinha.
Mas um dia encontrou um amigo. Foi numa manhã de Outubro" (...).

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Declaração Universal dos Direitos Humanos



Os Direitos do Homem são o património cultural da Humanidade. Aquilo que poderá permitir construir a sociedade humana com mais dignidade, colocando a razão e a consciência acima da força e dos privilégios particulares. O vídeo abaixo explicita de forma inteligente e brilhante o que os direitos humanos poderão permitir construir - uma humanidade mais ligada à verdadeira dimensão do homem. Demorará muito, certamente, mas vale a pena fazer parte dessa experiência secular.



segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Livro da Semana - O Paraíso Inabitado

Título: Paraíso Inabitado
Autor: Ana Maria Matute
Edição: 1ª
Páginas: ...
Editor: Planeta

ISBN: ...

CDU: 82-93


«A porta da biblioteca dava para o corredor, ali onde eu fazia as minhas correrias nocturnas, cada vez mais espaçadas. Mas no silêncio da manhã, na suave penumbra, pareciam renascer do chão mágicas travessias e um aroma a cera e a madeira e a tapete aquecido pelos radiadores que tornaram a despertar em mim a magia das minhas viagens a sonhos e descobertas secretas. (...)

Com frequência, deitávamo-nos no chão, de barriga para baixo, partilhando o mesmo livro e  o mesmo bocadinho de tapete. Tacitamente escolhíamos sempre o mesmo bocado, com os mesmos desenhos e cores, uma mescla de losangos e círculos azuis e castanhos. Com os dias, acabou por ser um território próprio, uma espécie de refúgio-cabana num bosque, onde entrávamos para nos transferirmos para espaços visíveis através das suas palavras, de onde saíamos para nos reincorporarmos no mundo exterior. Eu via aquele bocadinho de tapete como porta, fechadura e chave de um país só nosso. Abria-se ao entrar, fechava-se ao sair. Um segredo tão íntimo que nem sequer se podia referir em silêncio, com o livro aberto e partilhado. (...)

Semiabraçados sobre a dobra, aquela dobra do lençol que, como uma vela, ainda retém o vento das Viagens de Gulliver, ou a solidão de Robinson, ou a inquietação do jovem Jim, de a Ilha do Tesouro... E, sobretudo isso, uma fuga sem fronteiras, sem meta sequer, que nos arrastava até à Ilha de Jim ou ao País do Nunca. (...) 

Era uma varanda bastante grande, com balaustrada de arenito. A parede que nos separava da varanda vizinha parecia imitar os cenários do Teatro das Crianças. Tão frágeis, tão irreais, e tão verdadeiras. (...)
Gavi declarou:
- Este é o castelo que te disse ...
Aquela janela captara um céu nosso, imenso, e nele regressámos ao território de um tapete com losangos azuis e castanhos sobre o qual ouvíamos, mais do que líamos, a voz das histórias ou dos sonhos que povoaram a nossa primeira infância.»

domingo, 8 de dezembro de 2013

Ser Poeta ... na memória de Florbela

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além dor!

É ter mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter asas e garras de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda gente!

in Florebela EspancaObra Poética, Presença
Imagem, in Nicoletta Cecollicrown-on

Na memória do maior sonho... Lennon


«Imagina que não existe paraíso
É fácil se tu tentares.
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós apenas o céu (...)

Imagina que não existem países,
Não é difícil de concretizar
Nada pelo que matar ou morrer (...)

Nenhuma necessidade de ganância ou fome,
Uma fraternidade de homens.
Imagina todas as pessoas
compartilhando todo o mundo (...)

Talvez digas que eu sou um sonhador
Mas não sou o único.
Espero que um dia tu te juntes a nós,
E todo o mundo viverá como um só.»

sábado, 7 de dezembro de 2013

Memória de Ary dos Santos

Aprender a Estudar

Estudar não é só ler livros
que há nas escolas
É também aprender a ser livre
sem ideias tolas.
Ler um livro é muito importante

às vezes urgente.
Mas os livros não são o bastante
para a gente ser gente.
É preciso aprender a escrever
mas também a viver
mas também a sonhar.
É preciso aprender a crescer
aprender a estudar.

Estudar também é repartir

também é saber dar.



José Carlos Ary dos Santos, «Aprender a Estudar»
in,  Poetas de Hoje e de Ontem
Imagens ©
 Vanessa Bell, Amaryilis Y Henrietta e Beatriz Martin Vidal, Birdchilden

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Madiba

«Devemos promover a coragem onde há medo, promover a paz onde há conflito e a esperança onde há desespero.» - Madiba
Saberemos compreender o significado da sua vida, na nossa? Saberemos compreender esta dádiva sem limites? Este amor pela humanidade em cada um, em todos nós?
Uma tristeza imensa e uma saudade por uma figura acima das palavras...

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Um conto de Andersen - A rainha da neve


Escritor do mês

Hans Christian Andersen nasceu em Odense em dois de Abril de 1805 e foi um poeta e escritor dinamrquês que ficou especialmente conhecido pelas histórias que escreveu para as crianças. Filho de uma família dinamarquesa pobre, recebeu de seu pai, sapateiro de profissão o gosto pelas histórias, incentivando nele a imaginação. Fabricou para o filho um pequeno teatro de marionetas onde Andersen representava peças de diferentes autores de que gostava. 

Com catorze anos foi viver para Copenhaga, chegando a ter o apoio do rei, devido ao seu trabalho no Teatro Real. Frequentou a Universidade, sem grande sucesso, afirmando-se como escritor, com o romance, O Improvisador. Escreveu peças de teatro, canções e contos, sendo considerado o primeiro escritor a escrever contos e livros especialmente dedicados para crianças e jovens. 

Nos seus livros nota-se a ideia de transmitir ideias e valores de comportamento que a sociedade dinamarquesa deveria contemplar. Marcado pela ideia de igualdade entre os homens, preocupou-se pelo modo como o poder e autoridade são exercidos. Livros como O Soldadinho de Chumbo ou a Princesa e a Ervilha revelam essa preocupação pela igualdade entre os seres humanos. 

O Abeto de Natal, A Pequena Sereia, A Rainha da Neve são outros contos onde a imaginação e o mágico se misturam com as lendas populares. O seu nome está ligado ao Dia Internacional do Livro Infantil-Juvenil, que se celebra a dois de Abril, a data do seu nascimento. Nesta data a IBBY (International Board on Books for Young People) oferece uma medalha H.C. Andersen para destacar os maiores autores de livros infantis e juvenis.