quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Humanamente

Despedindo-nos hoje desse homem que nos fez ter orgulho de termos com ele partilhado este tempo. E sobre a aparência de tantos reconhecimentos não vemos ali nenhuma lição capaz de nos tornar realmente naquilo que somos, humanos. Como Einstein de Gandhi não é despropositado reconhecer que "gerações futuras dificilmente acreditarão um homem desta grandeza tenha percorrido esta terra em carne e osso".

A economia de sucesso em que os gurus do saber financeiro nos mergulham como um património conquistado à nossa memória não se equilibra na respiração das pessoas. A econometria jurídica que fundamenta todas as possibilidades, sejam justas ou não, reveladoras de ética ou não são irrelevantes. Nós, os condutores do futuro temos uma saber acumulado na nossa previsão sobre a natureza humana e por isso há contornos de humanidade que são irrelevantes. 

Esquecemos com muita frequência que a verdade de um homem, como o sublinhou Ghandi é tão válida como o interesse de maiorias tantas vezes indefiníveis de valores. Esquecemo-nos que não é de sábios que precisamos, mas de pessoas dialogantes com a sua humanidade, com o que somos. Precisamos lutar para esclarecer o óbvio, o silêncio que mora em cada um, o valor de cada um como pessoa, nessa crença suprema que todo o impossível só o é enquanto não foi concretizado. O valor de Mandela, o valor da memória colectiva é respirar isso todos os dias, como ele demonstrou em toda a sua plenitude. 

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