«Liberdade.
Passei a vida a cantá-la, mas sempre com a identidade no pensamento,
ciente de que é ela o supremo bem do homem. Nunca podemos ser
plenamente livres, mas podemos em todas as circunstâncias ser
inteiramente idênticos. Só que, se o preço da liberdade é pesado, o da
identidade dobra. A primeira, pode nos ser outorgada até por decreto; a
outra, é sempre da nossa inteira responsabilidade.»
Um dos escritores do mês na Biblioteca é mais que um autor. É uma paisagem humana de uma raridade e de uma frontalidade de carater só quase vivida pela geografia mais sublime. Mais que um homem, foi uma criação de um património, a respiração do vento mais puro, no alto das fragas.
Miguel
Torga representa na dimensão humana o carácter duro, mas solidário,
frontal, mas apaixonado por uma consciência de valores imutáveis. A sua
escrita apresenta o encanto silvestre e a originalidade
humana desse reino único, muito especial, aquele deu o nome de
maravilhoso. A sua obra e a sua figura são a morada desse tempo quase
eterno onde a montanha faz nascer a liberdade e a beleza. A ele
voltaremos para divulgarmos uma obra única que nos faz compreender como
somos herdeiros de um território e de uma identidade.
Miguel Torga, Diário XVI
Imagem, Entre as serranias de Montesinho
Imagem, Entre as serranias de Montesinho
Sem comentários:
Enviar um comentário