"Diz-se que um dia… o Sol e o Vento
andavam a brincar às escondidas. O Vento empurrava as nuvens, que tapavam a
cara do Sol. O Sol esbraseava-as, derretia-as e tornava a luzir. O Vento
sossegava, mas sempre a resmungar. Nisto andavam…
E uma velhota, que muito bem entendia estes manejos do Vento e do Sol –
do ladrão do Vento e do macaco do Sol, como ela dizia – contou a seguinte
história a um neto que tinha.
Mas antes de a contar, sentada à porta, com a cabeça do rapazito no
regaço, a ver se ele dormia, assim lhe disse: não te fies de um nem maldigas do
outro! Sem eles que seria do mundo?
E para ver se chamava o sono do neto, começou:
O Vento veio ao mundo num reino, num reino
de que se perdeu o nome. Não sabias?(...)"
Irene Lisboa, "O Vento", in Queres ouvir? Eu conto, pág. 56
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