Luís
Sepúlveda é o terceiro maior escritor em vendas na América Latina e tem
uma obra interessante em memória daquilo que o move como cidadão. De
estudante do Maio chileno de 69, a companheiro e guarda pessoa de
Salvador Allende, a guerrilheiro na Nicarágua, a preso político, a
ativista da Amnistia Internacional, o escritor tem tido uma vida cheia
de experiências, emoções e de recordações de um tempo histórico
violento, mas rico de vivências.
A
sua obra é um testemunho de uma estética que procura na vida construir
uma ética sobre os valores humanos e sobre os sonhos de minorias e em
especial de um território que é o Chile. A Patagónia, imenso território
que atravessa a Argentina e o Chile, tem um clima difícil, extremo, onde
o vento e o gelo isola os espaços desse território. É um dos locais
últimos da Terra, que envolve os aventureiros e os sonhadores pela
viagem, pela descoberta, pela caminhada na respiração de pessoas e de
uma cultura própria e não muito divulgada. A sua obra assenta muito na
conquista estética e ética da respiração deste território.
Tem
no entanto outros títulos, que pela precisão de linguagem, pela
musicalidade que encontramos na narrativa, pela procura de oferecer
livros minimalistas em termos de tamanho, mas densos no que procuram
atingir. Neste quadro poderíamos colocar, O velho que lia romances de amor, O poder dos sonhos, Histórias daqui e dali, ou História de uma Gaivota e de uma Gato que a ensinou a voar. Saído recentemente igualmente uma história interessante sobre o valor da amizade, História de um gato e de um rato que se tornaram amigos.
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